Traduzir poesia...
Dizem que traduzir poesia é impossível e estou plenamente de acordo.
A poesia não é como um texto técnico, um memorando ou um ofício, que quase sempre são vertidos literalmente para outras línguas. A poesia sofre tentativas de tradução. Aqueles tradutores que mais se aproximam do texto original são os que, independente do domínio de outros idiomas, também têm alma de poeta.
Pois, além das barreiras da língua, das gírias, dos dialetos, dos regionalismos de cada país, é preciso saber que cada poeta tem na alma um tamanho e uma densidade únicas.
A poesia difere de toda e qualquer outra forma de escrita, porque, composta de sensibilidade e mistério, ela sente a necessidade de ser desvendada e se oculta por trás do texto, como numa brincadeira de esconde-esconde. Coisa de criança, que pede atenção constante enquanto cresce e se descobre.
Para traduzir uma poesia é preciso senti-la, ser tocado por ela, sentir-se criança para desta forma tentar (apenas tentar) se aproximar da alma do poeta no exato momento em que ele escrevia aquele poema.
As melhores traduções de poesia são aquelas feitas por quem nunca perdeu a curiosidade da procura, o desejo pelo novo, por quem carrega um espírito ávido pela descoberta.
Eu, ainda que pobre destes adjetivos, porém por natureza amante da poesia e em agradecimento ao Dr. Adolf Shvedchikov pelas traduções que tem feito de alguns poemas meus, arrisco-me aqui nestas traduções de 50 maravilhosos poemas que ele me enviou, salientando que para isto estudei profundamente sua obra em livros, sites e usei até dicionários, tentando chegar o mais perto daquilo que o autor deseja.
Posso ter pecado na técnica, mas usei inteiramente o coração.
Remisson Aniceto
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui o seu comentário!