PATRÍCIA é jornalista e assina POETA. Eu sou ANGELA, Pedagoga e assino RAMALHO (o que não deixa de ter também a sua poesia). Fico pensando como seria divino assinar "Poeta" depois do nome. Até fiz uma poesia sobre isso! Esse blog é um espaço onde brinco com as palavras, fazendo aquilo que gosto. E o que eu gosto mesmo é de fazer poesias! Portanto, embora não seja PATRÍCIA, eu sou POETA!

quinta-feira, 9 de maio de 2013

HOMENAGEM ÀS MÃES

SER MÃE É UM ETERNO PREOCUPAR-SE...
Refletindo sobre a postura que adotei, esses anos todos, no exercício e na missão de ser mãe, percebo que uma palavrinha sempre acompanhou minha trajetória: preocupação.
Quando a criança estava na minha barriga, me preocupei:- Será que vai nascer normal? Depois que nasceu,todo perfeitinho, pensei:- Será que vou saber criar? 

Na primeira infância, me preocupei com a alimentação, para que desenvolvesse de forma sadia. Preocupei-me em oferecer-lhe carinho, amor e atenção na medida certa. Igualmente tive a preocupação em colocar-lhe limites, na medida certa (e quem sabe dizer qual a medida certa?).

Quis livrá-lo dos perigos de quedas, acidentes domésticos, violência e tudo o mais que pudesse causar-lhe riscos ou danos. Para cuidar de sua saúde, fui atrás do melhor pediatra.
Como pedagoga, preocupei-me em desenvolver seu potencial intelectual e então comprei livros, jogos pedagógicos e tudo o mais que a minha formação pedagógica e as revistas especializadas me indicassem naquele momento. Paralelo a isso, providenciei a melhor escola (a que tivesse o melhor método, os melhores professores, o melhor conceito entre os pais que consultei). 
Como é meu único filho e consequentemente o mais lindo da face da terra, liberei meu lado “mãe-consumista” e passei a adquirir para o meu principezinho as melhores roupas, os melhores calçados, os melhores brinquedos.
Ele cresceu e com ele, foram crescendo as minhas preocupações. Estou no caminho certo? É assim mesmo o ofício de ser mãe?
E uma “neura” de necessidades invadiu a minha cabeça: Preciso cuidar na escola, com as amizades; preciso cuidar com as drogas; preciso cuidar para que não sofra (ou na impossibilidade disso, que sofra o menos possível); preciso ler muito para me atualizar e assim poder orientá-lo da melhor forma possível.
Ah, meu Deus...
E nessa luta entre saber tudo o que precisava para oferecer a esse pequeno ser que de súbito tomou conta da minha vida, finalmente eu me dei conta da urgência em controlar a minha ansiedade e me policiar para não sufocá-lo com todo o meu amor e, principalmente, para não me perder entre todas essas “pseudo-necessidades”.
Chegou a fase da juventude e eu me preocupei. “Ele precisa encontrar sua vocação”. E dá-lhe livros e testes vocacionais. Quando foi tirar a carteira de motorista, eu entrei em pânico: ai meu Deus, livra-o de acidentes!
Ele começou a namorar e eu me preocupei: e se não der certo? Ele vai se apaixonar, sofrer e como vou fazer para ajudá-lo a curar dor de amor?
Depois veio o vestibular, eu me preocupei: E se não passar? E se não for isso o que ele quer? Veio a faculdade, mais preocupações. Acompanhar tudo, comprar livros, receber os colegas em casa para os estudos. Cinco anos depois, chorei feito criança na formatura!
Em seguida, a entrada no mercado de trabalho, mais preocupações: Será que vai conseguir um emprego digno? Será que vai se dar bem na profissão que escolheu? Aos poucos, ele conquista o crescimento profissional e eu me orgulho: Enfim, consegui! Formei um homem de bem! 
E quem pensa que daqui prá frente eu não vou me preocupar com mais nada, enganou-se!
Homem feito, agora pretende casar-se. E eu me preocupo: Será que vai dar certo? Será que vai ser feliz? 
Depois de toda essa trajetória, que eu poderia perfeitamente considerar como “missão cumprida” me dou conta de que sou apenas mãe, limitada no meu controle, nas minhas ações, mas ilimitada no meu amor.
E por esse amor, deixo de lado minha eterna preocupação e rogo a Deus para que o proteja e o faça feliz, porque é esse afinal, o objetivo e a luta de todas as mães. 
Nesse momento, eu não preciso de mais nada, apenas de fé. Confio a Deus o destino deste maravilhoso ser que Ele me permitiu conduzir, compartilhar, criar.
E nesse dia, tão cheio de significados, eu agradeço a Deus a graça de ter sido mãe em toda a sua grandeza e plenitude. E entendo que esse “eterno preocupar-se” nada mais é do que doar-se incondicionalmente por amor. Um amor que só quem é mãe sabe experimentar!


Eu e meu filho Rodrigo Ramalho - Outubro 2012

Eu e meu filho Rodrigo Ramalho, no dia de sua formatura

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