"A vida é o filme que você vê através dos seus próprios olhos.
Faz pouca diferença o que está acontecendo.
É como você percebe que conta"
(Denis Waltley).
Futebol é o ópio do povo. Alguém já disse isso e o que estou repetindo no título deste artigo não é nenhuma novidade. Mas vou tentar ser o mais didática possível, iniciando pelo sentido da palavra ópio. De forma figurada, ou seja, simbolicamente, a palavra ópio significa narcótico, que nada mais é do que uma substância que causa sono, que faz adormecer. Indo mais fundo nessa definição, eu diria que o ópio hipnotiza, tira a pessoa da razão, fazendo-a refém de uma situação e o que é mais grave, causando uma cegueira tal que a impede de raciocinar. A situação torna-se pior, quando a cegueira é coletiva, envolvendo grande parte da população.
Deus nos deu o
livre-arbítrio, que nada mais é do que o poder de escolhermos nossas ações e os
caminhos que devemos seguir. Isso, ao mesmo tempo em que representa uma dádiva,
dependendo da pessoa (ou das pessoas), torna-se um grande perigo. Digo isso
porque muitas pessoas não costumam refletir sobre seus atos, vivendo
hipnotizadas por ópios de todas as espécies, não apenas futebolisticamente
falando. O ópio é uma erva daninha que age em todos os segmentos e atinge
indistintamente todos os níveis de pessoas, basta que estejam disponíveis, ou
seja, adormecidas e hipnotizadas por alguma espécie de “encanto”. O futebol no
Brasil é paixão nacional, o que equivale dizer que somos “encantados” por ele. Esse
“encanto” sim é o grande perigo! Por ele, deixamos de raciocinar e nos tornamos
vulneráveis a todo tipo de “manobras”.
Eu torceria pela
Seleção Brasileira, como sempre torci desde que me entendo por gente. E olhe
que já vi acontecer muitas Copas do Mundo nesses meus quase sessenta anos de
vida! De 1930 a 1958 não posso dizer nada, pois ainda não havia nascido ou era
muito pequena. Começo minha contagem desde a Copa de 62 até a atual. Seriam 14
Copas contando com essa que veremos acontecer a partir de hoje. Veremos coisa
nenhuma! Quem quiser ver que veja, mas eu não verei!
A Copa do Mundo é um
evento futebolístico? Eu diria que sim, mas classifico-a igualmente como um evento
político. Noto nas redes sociais uma visão equivocada sobre isso, tentando
dissociar o evento até das roubalheiras exorbitantes havidas (e amplamente
divulgadas) em relação ao superfaturamento das obras dos estádios.
Ora, se a Copa do
Mundo não fosse um evento político, o Sr. Luiz Inácio Lula da Silva não teria
feito tanto empenho em marcá-la aqui no Brasil, justamente num ano eleitoral.
Pensou o Sr. Lula no seguinte: 1. É ano de eleição; 2. Brasileiro ama futebol;
3. A imagem de Dilma estará desgastada, provavelmente em queda nas pesquisas;
4. Boa parte da população ficará revoltada, devido aos gastos com a Copa.
Porém, se o Brasil
ganhar, o povo irá para as ruas, haverá carnaval e a onda verde e amarela se
espalhará país afora! A alienação vai
ser tanta, que não serão capazes nem de perceber o quanto foram manipulados! Resultado:
Elegerão Dilma novamente e de quebra, serão mais quatro anos garantidos para a
petralhada! Esquecerão os superfaturamentos e vou mais longe: serão capazes de
agradecer e justificar os “investimentos” realizados nos estádios!!!
Sou brasileira, mas
não compactuo com isso! E digo mais: o país não suportará mais quatro anos da
era petista! Nem vou falar em sucateamento da máquina pública, pois a palavra
sucateamento não dá sequer a ideia do caos em que nos encontramos.
E
não falo aqui somente dos desvios financeiros. Estes foram evidentes, sem
contar os que ainda descobriremos. O legado que essa Copa deixará ainda é uma
incógnita, mas antevejo o desastre, seguido da desculpa de sempre: ninguém
sabia de nada!
Para
mim, é impossível torcer pela Seleção sem que isso signifique apoio ao governo
que aí está. Minha posição é clara: não torço pelo time que representará o
Brasil, não sou a favor do governo e não digo amém à FIFA.
Tenho
consciência do quanto custou para o país cada centavo gasto nos estádios.
Quantas mortes ocorreram nos hospitais por falta de atendimento? Quantas mais
por falta de segurança? Quantas pessoas sem moradia, sem acesso a educação, a
um emprego digno? Quantas ansiando por melhorias no transporte público? Quantas
sem alimentação, sem saúde, sem perspectivas de vida? E eu vou me alegrar por
quê? Porque o Brasil vai ganhar??? Ora! E ganharia, de qualquer forma, pois
“nos bastidores” a negociação já está traçada!
A frase
que escolhi para ilustrar esse texto, nos leva a refletir que a vida é o que
vemos, é o que acontece diante de nossos olhos. Não importa que a Copa esteja acontecendo em nosso país. Isso
é fato! O que realmente importa é a percepção que tenhamos dela, como a visualizamos,
como a analisamos no contexto geral (econômico,político e até futebolisticamente falando). Mas se o povo quer festa, que
venha a festa! Percepção, infelizmente é produto raro e não se encontra à venda
em supermercados.
Resta-me
lamentar pelo que há de vir! Protestarei em silêncio. Meu desabafo é este que
assino e que historicamente ficará arquivado neste blog, como prova de que não me omiti e
principalmente, não me deixei (e não me deixarei!) manipular!
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