Sou uma admiradora de Cecília Meireles. Não apenas de sua obra, mas da mulher que ela foi. Não usando de comparação (absolutamente!), mas percebo semelhanças entre sua história de vida e a minha.
Eu admiro a forma como ela encarava o silêncio e a solidão como sendo circunstâncias positivas, quando muita gente encara isso com negatividade. Já morei sozinha durante 07 (sete) anos e também convivi tranquilamente com o silêncio e a solidão e posso dizer que tenho boas e doces lembranças desses momentos!
A sua relação com os estudos e o fato de sempre ter sido uma aluna exemplar, digna de receber distinções e louvores também me é um fator de identificação. Eu sempre fui "rotulada" como a CDF da sala e meu nome figurava constantemente entre os alunos com as melhores notas!
O fato dela ter sido professora municipal,(sou professora municipal aposentada), a sua ligação com a educação, sua dedicação à causa do magistério, a coincidência dela também ter sido diretora de escola, a paixão pela cultura e pela literatura, tudo isso está muito presente em mim!
Sobre sua poesia, eu a vejo exatamente como o crítico Paulo Rónai a vê: "Considero o lirismo de Cecília Meireles o mais elevado da moderna poesia de língua portuguesa. Nenhum outro poeta iguala o seu desprendimento, a sua fluidez, o seu poder transfigurador, a sua simplicidade e seu preciosismo, porque Cecília, só ela, se acerca da nossa poesia primitiva e do nosso lirismo espontâneo...A poesia de Cecília Meireles é uma das mais puras, belas e válidas manifestações da literatura contemporânea".
Por acreditar nisso, me espelhei em sua poesia "Aqui está minha vida" e compus a poesia "Provas". Fui beber de sua fonte, não no sentido de imitar ou de copiar, mas no sentido de admirar e de aprender.
Cecilia aborda a vida de uma maneira e eu de outra. Cecília usa de metáforas e compara sua vida à areia, sua voz à concha, sua dor a um coral e sua herança ao mar. Usa os elementos da natureza para expressar-se em versos de extrema beleza.
Eu preferi mostrar algumas provas e com elas reafirmar a constante busca do ser humano pelo amor e pela felicidade. O lençol, a alma em pedaços e o punhal conferem ao texto a exata noção de sofrimento desencadeada por paixões findas (e infindas!).
Cecília Meireles e eu: Cada uma com seu tom. Mulheres de tempos diversos. Educadoras. Pessoas que em algum momento de suas vidas foram marcadas por tragédias. Mas que resistiram, pela poesia!
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