Tenho algumas poesias que classifico como “sensuais”. Falar de sexo na literatura não é de hoje que fazem e confesso que já li muita coisa boa, mas também já li autores que “perderam a mão” e descambaram para a vulgaridade.
Sensualidade é uma coisa, vulgaridade é outra. Ser sensual é levar o leitor a interpretar e a sentir o que induz o poema e para isso o autor deve deixar nas entrelinhas o desfecho, provocar um clima de mistério. É a mesma coisa que deixar a privacidade entre quatro paredes e não escancará-la aos quatro cantos do mundo.
Fazer isso num texto não é tarefa fácil, porque a distancia entre ser sensual e vulgar é pequena. O autor não deve “se empolgar”. Ele tem que dosar o seu texto com maestria, deixando o melhor para o leitor degustar, enquanto imagina-se também, “entre quatro paredes”.
Vou postar alguns dos meus poemas nessa linha. Espero que gostem!
ANTECEDENTES
Toco na sua pele.
Toca-me.
Suave roçar de mãos,
arrepio, comoção.
Toco na sua pele.
Toca-me.
Suave roçar de mãos,
arrepio, comoção.
Entre olhares,
suores,
subo pelos ares
nas preliminares...
suores,
subo pelos ares
nas preliminares...
Quero saciar-me,
extasiar-me,
na voracidade
de quem tem saudade.
extasiar-me,
na voracidade
de quem tem saudade.
No leito desse quarto,
do seu amor,
- me farto.
do seu amor,
- me farto.
Entre beijos e abraços,
sob a luz da lua:
- Sou tua.
sob a luz da lua:
- Sou tua.
Mostro-me inteira,
sem cortes,
sem censura.
sem cortes,
sem censura.
Ao final,saciados,
olhamo-nos:
calados, extasiados,
cúmplices e coniventes.
olhamo-nos:
calados, extasiados,
cúmplices e coniventes.
Nesse tipo de "crime",
temos antecedentes...
temos antecedentes...
Angela Ramalho
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